Você já se perguntou como é a rotina de um Nômade Digital? Eu digo a rotina de verdade, e não aquelas imagens romantizadas e de pessoas trabalhando da praia, deitados em uma espreguiçadeira com um mojito do lado. Já imaginou se cai areia no teclado?
Eu sei, pode parecer um paradoxo, mas para viver uma vida de movimento é preciso se amparar em duas coisinhas: rotina e consistência. Quando viajamos, é fácil se perder em meio a tantos estímulos e novidades. Queremos sempre viver tudo e o mundo tem muito a oferecer. É por isso que nos tornamos nômades, afinal.
Mas levar o trabalho para a estrada exige ajustar um pouco dessas expectativas. Você não viaja mais como se estivesse de férias e, acredite, vai chegar o momento pode em que você vai querer tirar umas férias das viagens.
Por isso, rotina é essencial para a vida nômade. Ela pode ser adaptada de tempos em tempos, variando com seu ritmo de trabalho, o fuso e a estação do ano. Não existe isso de uma rotina ideal para um nômade digital, mas ver como outras pessoas praticam esse estilo de vida pode te dar uma ideia se é pra você ou não.
Leia também: Vantagens e desvantagens de ser nômade digital
Os dias que passei em Atenas foram assim:
Meu despertador toca às 7h30 e depois de, pelo amor de deus, um café, é hora de ir me exercitar. Eu costumo caminhar pelos bairros onde eu moro, porque eu gosto de andar e essa é uma forma de conhecer as cidades. No entanto, eu comecei a sentir falta de exercícios de força, então baixei o Apple Fitness e tento fazer meia hora de cada.
Essa foi a alternativa que eu encontrei para manter as atividades físicas sem poder me comprometer por tanto tempo com planos de academia ou aulas de esporte.
Em outros momentos, já me matriculei em atividades presenciais nos destinos. Fiz Pole Dance e Yoga em Berlim, por exemplo, mas quando eu fui embora, me senti frustrada em não dar prosseguimento àquilo. Por isso, prefiro praticar exercícios que eu posso fazer em qualquer lugar.
Quando eu consigo me levantar na hora, tenho um tempo livre antes que eu uso para tomar café da manhã, ler um pouco ou ir ao supermercado. Depois, começo a trabalhar, das 11h às 19h. Todos os dias.
Menos às sextas.
Sextas-feiras sempre foram especiais para mim, desde a escola, e eu prefiro fazer diferente: em geral, é um dia que eu deixo menos tarefas programadas e gosto de sair para trabalhar de cafés.
Em Atenas, eu costumava caminhar até o Exarcheia, um bairro conhecido por ser reduto de artistas, intelectuais, socialistas e anarquistas e que também tem muitos cafés e livrarias. O bairro ficava a uma hora do meu apartamento, mas sempre que possível, eu caminho. Essa é uma boa chance de conhecer um pouco do lugar e apreciar as ruas coloridas de arte e cartazes com temas políticos.
Depois do trabalho, que normalmente ia até 16h ou 17h, dava tempo de ir comer em um restaurante típico ou tomar uns drinks para o happy hour.
Cada destino, uma nova rotina? Mais ou menos!
Muitas vezes, precisamos nos adaptar às cidades, fazendo pequenas alterações na rotina. Em outros momentos, os ajustes ocorrem porque sentimos a necessidade de otimizar nosso tempo de forma diferente e acertar o que não estava funcionando.
Um ano depois de viver em Atenas, eu cheguei em Medellín com uma rotina completamente diferente:
🌅 6:30-7:00 – Acordo.
☕ 7:00-8:00 – Hora de abastecer o cérebro! Leio enquanto tomo um generoso balde de café.
📚 8:00-9:00 – Investindo em aprendizado. Assisto a uma aula de um curso que estou fazendo e organizo as tarefas do dia.
💼 9:00-12:00 – É hora de entrar no modo trabalho! Sou mais produtiva pela manhã, então deixo as tarefas mais importantes para este horário.
🍽️ 12:00-12:30 – Almoço/brunch para recarregar as energias.
💻 13:00-19:00 – De volta ao trabalho, focando nas tarefas da tarde.
🏋️ Meio da tarde – Hora de uma pausa ativa! Vou à academia para combater a sonolência e me manter concentrada.
🍴 19:00-20:00 – Jantar e descanso merecido.
📺 20:00-23:00 – Tempo para relaxar assistindo a uma série.
Durante a semana, faço questão de mudar o cenário de vez em quando, trabalhando em um café local ou saindo para comer fora.
Nos finais de semana, deixo o tempo livre para turismo e novas experiências, como fazer passeios guiados e excursões a cidades vizinhas.
Além disso, não é incomum encontrar alguma atividade cultural para fazer durante a semana. Aqui na Colômbia, por exemplo, vou mergulhar na cultura local com aulas de salsa 💃🏻.
Algumas pessoas se questionam se vale a pena viver uma vida nômade. Já ouvi gente dizer que a gente nem trabalha direito, nem conhece bem os lugares, fazendo tudo isso de forma bem meia-boca.
Bom, eu tenho alternado momentos de nomadismo completo com uma vida semi-nômade há 10 anos e tenho uma ou duas coisinhas a dizer sobre isso.
Esse tipo de estadia, que no meu caso varia de um a três meses, me permite conhecer os destinos de forma mais profunda do que visitando de passagem.
No fim das contas, minha rotina viajando não é tão diferente da que eu tenho quando estou na minha base, em BH. A diferença é que eu agora uso os fins de semana e feriados para fazer turismo, ir a restaurantes locais, conhecer lugares próximos.
A internet trouxe inúmeras possibilidades para nossas vidas e o trabalho remoto é apenas uma delas. A liberdade geográfica te oferece oportunidades que as gerações passadas só poderiam imaginar: de viajar o mundo enquanto trabalha do seu computador pessoal, passar mais tempo com seus filhos, se mudar para um sítio no meio do mato ou voltar para a cidade em que você cresceu. Mas tudo isso são apenas possibilidades. Resta a cada um testar e decidir o que é melhor para si, inclusive voltar ao trabalho presencial.
Mas para quem quiser conhecer mais sobre a vida de uma nômade digital, te convido a se juntar comigo aqui no site, no canal do Youtube e nas outras redes sociais.
Se você tem dúvidas sobre a vida nômade, pode me contar nos comentários!
Vida de nômade digital: como é a rotina de trabalho de quem viaja
Eu te ajudo a cair na estrada também!Nos links abaixo há alguns serviços que eu utilizo e que me ajudam muito em minhas viagens. |
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