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Nos últimos anos, a internet tem vivenciado o nascimento e fortalecimento de um movimento de resistência que tenta resgatar esse jeitinho mais pé-no-chão, saudável e divertido que tínhamos de encontrar nossa gente online anos atrás: as newsletters.
HISTÓRIA DAS NEWSLETTERS
Não sei ao certo de quem foi a ideia de enviar um e-mail contando da vida, mas dá pra afirmar que as newsletters estão aí desde que o e-mail existe e, talvez por isso, possam ser consideradas a primeira rede social da internet. Nos anos 2000, elas acabaram perdendo espaço para os blog pessoais e, mais tarde, para as redes sociais, mas nos últimos anos ganhou novo fôlego e se transformou em hype graças ao surgimento de plataformas como TinyLetter, Substack e o finado Revue.
Quando as redes mataram o feed rss e o hábito de salvar blogs nos favoritos para visitar toda semana, essa bolha de escritores e leitores teve que migrar para outro lugar.
Diferentemente do e-mail marketing, que tem como objetivo principal a promoção de produtos ou serviços, as newsletters buscam criar conexões e compartilhar conteúdos de interesse comum entre o autor e seus leitores.
Lançado em 2017, o Substack, principal plataforma de newsletters da atualidade, somava mais de um milhão de usuários em novembro de 2021. Esse número se refere apenas aos que publicavam seus textos ali, já que o número de leitores não esta disponível publicamente.
IMPORTÂNCIA DAS NEWSLETTER
Em uma internet dominada por conteúdo fast-food, as newsletters são um lugar de resistência que mostra que ainda há espaço para uma comunicação mais intimista e pessoal. Elas voltaram a ser relevantes justamente por permitirem uma abordagem mais reflexiva e cuidadosa na construção de uma comunidade e por se diferenciarem das redes sociais ao permitirem um espaço de expressão mais livre e sem restrições de tamanho ou formato.
Para os escritores, elas oferecem a oportunidade de explorar temas com mais liberdade, sem as regras de escrita impostas pelos mecanismos de busca ou a pressão por curtidas e compartilhamentos.
Com isso, o escritor volta a ter liberdade criativa no texto e esse resgate do conteúdo autoral também contribui para que ele construa um público leitor, que se interessa pelo que aquele escritor escreve em geral, e não apenas tenta responder uma dúvida no Google.
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