A HISTÓRIA DAS TAVERNAS DO POVO NO PAÍS BASCO

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As Herriko Tabernas estão presentes em uma centena de cidades e vilas do País Basco. Seu nome em euskera significa Taverna do Povo e ela são um ponto de encontro da izquieda abertzale, a esquerda independentista basca. 

À primeira vista, parece um lugar comum e modesto, desses botecos de bairro que nunca vão aparecer na lista de tendências de nenhum guia descolado. E nem é essa a intenção. Os salões são simples e, em geral, decorados com cartazes e panfletos de causas políticas em apoio à legalização de drogas, liberdade sexual e igualdade de gênero, respeito aos direitos humanos, apoio a países do terceiro mundo e, até mesmo, ao ex-grupo terrorista ETA, que lutava pela independência basca.

A relação entre as Herriko Tabernas e o ETA sempre foi polêmica. Em 2002, políticos espanhóis tentaram tornar ilegais os estabelecimentos. A alegação era que as tavernas  financiavam as atividades do grupo.

Do outro lado, no entanto, há quem afirme que essa era mais uma tentativa forçada do governo central em Madrid de associar toda e qualquer ação da esquerda independentista ao grupo terrorista.

Mas os bares seguem funcionando à toda e na legalidade em qualquer vila basca, ainda que sua vocação subversiva continue desagradando muita gente. Seus frequentadores são fieis e têm uma relação afetiva que vai além das cervejas e pintxos baratos.

“Mais que um bar, as Herriko Taberna são lugares de encontro, de solidariedade e de mobilização social”, contou Joseba, um amigo basco que me acompanhou na peregrinação pelas Tavernas.