Há 15 anos, eu tomei uma decisão ousada: tentar viver única e exclusivamente da internet. Mas será que deu certo? Bom… sim e não.
Depois de produzir conteúdo de viagem há mais de uma década, recentemente decidi criar um novo espaço para dividir também minhas experiências com o mercado de criação de conteúdo digital — sem filtros, com sinceridade e tudo que aprendi (e ainda estou aprendendo) nesse processo.
Hoje, quero contar como foi essa trajetória, o que deu certo, onde eu tropecei e, principalmente, como estou lidando com os desafios que surgiram no meio do caminho.
Em 2011, recém-formada em Jornalismo, criei com dois amigos o blog 360meridianos durante uma viagem de volta ao mundo. Era apenas um hobby: a ideia era contar histórias para amigos e família. Mas, aos poucos, o blog começou a ganhar uma audiência fiel.
Depois de voltar ao Brasil e viver uma experiência frustrante em uma grande redação jornalística, onde meu trabalho basicamente se resumia a copiar e colar conteúdos, decidi apostar no 360 de vez. No início de 2014, comecei a viver exclusivamente do blog.
Era um mundo ainda em formação: Instagram começando a ganhar força, Facebook no auge, SEO ainda relativamente “livre”. Aos poucos, estudamos monetização, programas de afiliados, otimização de busca e conseguimos fazer a roda girar. Eu ganhava o equivalente ao salário de um jornalista júnior em São Paulo, o que, na época, já era uma grande vitória.
Além do desejo de trabalhar com algo que me desse mais prazer do que um emprego tradicional, outro grande motivador foi o contato com o conceito de nomadismo digital, que ainda era pouquíssimo conhecido no Brasil.
Ver que existiam pessoas viajando e trabalhando ao mesmo tempo me acendeu uma luz: era possível viver viajando e trabalhando. E era exatamente isso que eu queria.
Durante anos, conseguimos construir uma marca respeitada no nicho de viagens. Fizemos campanhas para marcas grandes como Sony e American Airlines, fomos entrevistados por veículos importantes e tínhamos um público engajado.
A sensação era de que estávamos vivendo o sonho.
Mas a internet é dinâmica. E, aos poucos, o cenário foi mudando.
Mesmo vendo essas mudanças de longe, nós demoramos a nos adaptar. Ficamos presos a um modelo que tinha funcionado tão bem no passado. Apostamos todas as fichas no SEO, focando em guias práticos para Google, enquanto nossas crônicas e textos mais autorais, aqueles que nos davam mais alegria, foram ficando para trás.
Essa resistência nos custou caro: perdemos relevância e, mesmo mantendo uma boa renda até 2019, estávamos nos afastando da nossa essência.
Quando a pandemia parou o mundo em 2020, o setor de turismo foi um dos mais afetados. A receita despencou. Sobrevivemos graças ao caixa que tínhamos guardado.
Em 2021, para segurar as pontas, começamos projetos paralelos, como um clube de apoiadores, e voltamos a pegar freelas.
Em 2022 e 2023, com a retomada das viagens, conseguimos recuperar o faturamento. Foi o melhor momento financeiro que já tivemos com o blog. Parecia que as coisas finalmente iam se estabilizar.
Mas…
Em 2024, duas grandes mudanças abalaram o que ainda tínhamos de estabilidade:
De repente, nossos artigos, escritos com toda autoridade e experiência, sumiram dos resultados de busca, substituídos por conteúdos genéricos de grandes marcas.
O impacto foi devastador: 80% a menos de audiência, 80% a menos de receita.
Durante muito tempo, eu medi sucesso por métricas: pageviews, seguidores, campanhas fechadas.
Hoje, sucesso para mim tem outra cara:
Foi essa mudança de mentalidade que me trouxe até aqui:
A internet é um jogo de persistência.
Quem insiste, se adapta, estuda, respira fundo e tenta de novo, mais cedo ou mais tarde encontra seu caminho.
E mais: fracasso não é um ponto final.
Fracasso é só uma vírgula na nossa história.
Se hoje você também sente que está lutando sozinho para fazer seu projeto dar certo, saiba: você não está só. Estou aqui, recomeçando junto.
Vamos juntos?
Eu te ajudo a cair na estrada também!Nos links abaixo há alguns serviços que eu utilizo e que me ajudam muito em minhas viagens. |
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