Já virou mania: todos os dias, no caminho para o meu curso de espanhol, eu paro em uma lojinha da esquina e compro um alfajor para saborear até a hora da aula. E te garanto que não é gulodice, é apenas parte do meu processo de imersão cultural, uma forma de tentar ver o país como uma local (cof, cof). Por aqui, nada menos que seis milhões desse doce são consumidos por dia. Eu disse seis milhões por dia, o que representa um negócio de seis milhões de pesos e 32.500 toneladas por ano.
Acredito que a sobremesa dispensa apresentações, ainda mais para a geração que, como eu, levava os alfajores da Turma da Mônica na merendeira da escola. Mas caso você nunca tenha tido o prazer de experimentar um, esses são os ingredientes secretos: duas ou três camadas de uma massa macia, porém meio esfarelenta, intercaladas com generosas porções de doce de leite e cobertas com chocolate, chocolate branco, coco ou açúcar de confeiteiro (que eu considero muito doce).
A receita original remonta aos árabes e se popularizou na Espanha, mas há muito o país perdeu o direito de chamá-lo de seu. O doce é argentino até a alma, considerado um ícone da cultura dos nossos hermanos. Estima-se que existam, ao todo, mais de cem marcas comercializadas no país, dos mais diferentes tipos, cores e sabores, alguns deles com claros efeitos do raio gourmetizador. Os preços variam de 1 a 5 dólares, dependendo da qualidade e do nível de frescura da marca.
Entre as mais famosas está a Havana, marca número um entre os brasileiros em busca de souvenirs para levar na mala. A fama tem seu preço e a Havana cobra pelo nome e por sua preferência entre turistas. Nos quiosques de cada esquina portenha, você encontra outras marcas de qualidade semelhante. De longe, meu preferido é o Cachafaz, em especial se for o de maisena, que vem só com uma cobertura de coco ralado. Ainda não encontrei sobremesa melhor por esses lados.
Outra escolha popular é o Jorgito, mais barato e definitivamente nada premium, porém não menos saboroso. Essa, como outras marcas do tipo, tem a opção tripla, e quem ama uma gulodice sabe que mais é sempre melhor. Outras marcas bem vendidas por aqui são a Arcor, Kraft e Guaymallén. Se estiver na dúvida, peça um de cada.
Doce de leite: o recheio do alfajor e do que a imaginação mandar
O doce de leite argentino é o nosso catupiry: vai em qualquer coisa e deixa tudo melhor. É consumido no café da manhã, passado em media lunas ou no pãozinho doce, no meio da tarde, com biscoitos, nos sorvetes, churros ou tortas. Falou que é doce argentino, tem que ter nem que for um pouquinho de doce de leite no meio. Não que alguém esteja reclamando.
Quer se esbaldar com essa guloseima na sua estadia por aqui? As marcas San Isidro Labrador e Chimbote são opções mais finas, saborosas e mais caras. Se está só em uma passada rápida no supermercado e quer algo barato e saboroso, opte pelo La Sereníssima ou Sancor. A Havana também produz seus doces de leite, mas nunca comprei porque tenho preconceito. Se seu objetivo for levar a delícia para os amigos no Brasil, pense outra vez: o produto pode ser detido pela alfândega.
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Uma delícia, se for o original então, nem se fala. Você me deu água na boca.
Boa semana!
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