Quando minha mãe foi me visitar em Barcelona, levei-a para ver a Sagrada Família, Muntjuïc e todas essas coisas bonitas. Mas orgulhosa de meu conhecimento secreto de moradora, também queria mostrar-lhe meus lugares favoritos, aqueles que não se encontram nos guias: as praças nas quais eu passei tardes inteiras de verão tomando cerveja escondido da polícia, a vista dos Bunkers do Carmel ao por do sol, o restaurante catalão atrás daquela portinha da Vila de Gràcia.
Um desses lugares era o Raval, um amontoado de becos escuros com prédios encardidos, biroscas de kebab e um considerável número de imigrantes que a gentrificação por hora não conseguiu expulsar. Último bairro da Cidade Velha em que a pressão turística e imobiliária ainda encontra alguma resistência, o Raval é feio, sujo e carrega, entre os espanhóis, a injusta fama de ser inseguro. Para mim, um dos poucos lugares no centro que ainda preservava alguma autenticidade.
O passeio não empolgou minha mãe, que em sua primeira viagem pela Europa estava mais interessada em ver os monumentos, mas o episódio me fez refletir sobre o que me atrai em uma cidade. O Raval foi o tema que escolhi para meu projeto final do curso de fotografia que fiz em Barcelona. Essas fotos apareceram para mim em uma lembrança do Google outro dia.
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