A carreira de Elizabeth Gilbert parece ser cercada de polêmicas. Antes de Grande Magia, o romance que a colocou sob os holofotes, Comer, Rezar e Amar, vendeu mais de 10 milhões de cópias em todo mundo e chegou a impulsionar a peregrinação aos países visitados pela personagem no livro, pessoas que seguiam os passos da autora na busca de se encontrar.
Por outro lado, despertou o mais autêntico ódio entre os críticos, que argumentavam que o livro não passa de um romance de auto-ajuda que induz os leitores a acreditar que uma passagem de avião é a resposta para qualquer problema. Anos mais tarde, em seu livro Grande Magia: Vida Criativa Sem Medo, a autora volta a despertar sentimentos de devoção e desprezo na mesma medida.
Em uma abordagem um tanto mística da criatividade, Gilbert começa seu livro com a premissa de que ideias são seres com vontade própria que habitam nosso universo e que, portanto, não temos nenhum controle sobre elas, argumento que já foi tópico de um de seus muito aclamados TED-Talks.
“Ideias não tem corpo material, mas elas têm consciência e muito provavelmente também agência”, ela diz em algum ponto do livro. Enxergar as ideias dessa forma, segundo ela, ajuda a tirar de nós, meros receptáculos, o peso de ter aquela grande ideia que vai mudar o mundo e nos deixa mais livres para trabalhar com o que temos em mãos. Esse tipo de abordagem pouco usual da criatividade pode ser comparada ao “Segredo” da vida criativa, em que boas ideias vão se manifestar nas pessoas que estão abertas e possuem a atitude correta para isso.
Polêmicas metafísicas de lado, Grande Magia tem sim alguns bons conselhos para aqueles que sentem a necessidade de preencher suas vidas com um caminho criativo. Elizabeth defende que que todos nós podemos ter uma vida criativa, desde que nos permitamos ser guiados pela curiosidade e abandonemos o medo do fracasso.
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Para ela, é preciso tirar o foco dos resultados e das críticas e colocá-lo no processo: encontrar algo que nos dê prazer e nos dedicarmos a isso por nenhum outro motivo além do fato de que nos divertimos ao fazê-lo parece bastante razoável, seguindo aquela linha de conselho de que não precisamos ser bons naquilo que gostamos.
Tocar violão, escrever poesia, cultivar um jardim em casa ou tomar aulas de patinação artística sem esperar ganhar medalhas, apenas porque aquela atividade te motiva e diverte é a principal mensagem do livro. Se no meio de tudo isso, você acabar fazendo algo que as outras pessoas gostem também, bom, aí é lucro. “Quando você faz isso, sua vida, dia após dia, se expande e se torna mais interessante”, diz a autora de Grande Magia.
Lições tiradas de Grande Magia, por Elizabeth Gilbert
1. Inclua a atividade na sua rotina
Ninguém precisa jogar a vida pro alto para se dedicar a um projeto criativo. Basta incluir aquele sonho na rotina, ainda que seja por apenas algumas horas por semana. Elizabeth conta a história de que seu pai, Engenheiro Químico, se cansou da profissão e passou a se dedicar a inúmeras atividades paralelas nas horas vagas. Apicultura, plantação de árvores de natal. Seus hobbies mudavam sempre e ele deixava para trás e passava a se dedicar a um novo sem dor na consciência. Ter projetos paralelos, fora do trabalho habitual é não apenas possível, como também saudável.
2. Nunca é tarde para aprender algo novo
Em determinado momento do livro, Elizabeth conta a história de uma amiga que, viúva aos 80 anos, começou a estudar História Antiga com afinco e aquilo se tornou uma verdadeira paixão para ela. Aos 90, ela era considerada uma especialista reconhecida em História da Mesopotâmia. “Se você se dedica a qualquer coisa de modo diligente por dez anos, acaba se tornando um especialista”.
3. Não supervalorize o fracasso e críticas
Todo processo criativo terá seus altos e baixos, momentos de frustração e fracasso que nos fazem querer desistir de tudo. É preciso persistir neles, apesar das dificuldades. Elizabeth conta que, no início de sua carreira de escritora, recebeu inúmeras cartas de rejeição de editoras e revistas literárias. Em algum momento, ela se deu conta de que não podia se deixar a abater por isso se escrever era o que ela realmente queria fazer na vida.
Ela passou a colecionar as cartas que chegavam e se propôs um desafio: a cada recusa, ela enviaria imediatamente o material recusado a um novo editor. É muito fácil se desmotivar com criticas e falhas, mas, no fim das contas, somos nós que decidimos o quanto deixaremos a opinião alheia nos desmotivar.
4. Você não precisa de permissão para ter uma vida criativa
A criatividade não está reservada para aqueles que enchem um estádio inteiro para um concerto ou para os ganhadores do Nobel de literatura.
“Os guardiões da alta cultura vão tentar te convencer que a arte pertence apenas a uns poucos escolhidos, mas eles estão errados e também são irritantes. Nós somos os escolhidos. Nós somos todos criadores por natureza. Mesmo se você cresceu assistindo desenhos animados em um estupor de açúcar da manhã ao fim do dia, criatividade existe em você. Sua criatividade é mais antiga que você, mais antiga que nós todos”.
5. Siga a sua curiosidade
Não ignore seus desejos criativos e vontades súbitas de aprender sobre o que quer que seja. Siga sua curiosidade, aprenda mais sobre aquele assunto que chamou sua atenção, e veja onde aquilo vai te levar.
6. Aprecie o processo
Não faça do ato de criar um martírio. Aprecie o processo, divirta-se com a sua criação. Não se transforme em uma caricatura de um artistas perturbado e obscuro. Encare o trabalho com leveza.
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